Vou começar
este relato agradecendo meus parceiros Rodrigo Quimm e Washington Starke, que
foram feras na trilha e não se mixaram com a chuva, o vento e o frio. Gostaria
de agradecer também a todos os membros do Montanhoso e familiares, que nos deram
apoio e estavam torcendo por nós. Valeu galera!!!
Eu sempre
acompanho a previsão pelo Montain Forest (http://www.mountain-forecast.com/peaks/Pico-Parana/forecasts/1877)
e na segunda feira pela manha tinha previsão de 16cm de neve no Pico do Paraná.
Quase fiquei doido com a possibilidade... Próximo do almoço resolvi manifestar
meu interesse através de um post no facebook, mais do que rápido o Washington e
o Jefferson me procuraram e começamos a combinar a empreitada, aquela coisa de
sempre, tralhas, logística... No final das contas o Jefferson teve que
desistir, sua esposa estava nos últimos dias de gestação. O Rodrigo me mandou mensagem
perguntando se ainda havia vaga, então ele se tornou o terceiro elemento.
Relato
Nos
encontramos no Detran as 16:45, passamos no mercado e vazamos sentido fazenda
PP. A chuva que não cessava nos deixou bem animados, afinal sem chuva sem neve.
– Saindo de Curitiba pra chegar na
fazenda deve-se pegar a BR-116 sentido São Paulo, alguns quilômetros depois do
pedágio tem o posto de gasolina Tio Doca, que fica na pista sentido Curitiba,
depois do posto, média de 1km, tem uma estrada bem discreta que fica na lateral
da ponte sobre o rio Tucum. Siga a estrada até o fim que não tem erro.
Chegamos na
fazenda pouco depois das 18h, adentramos a porteira e paramos na corrente em
frente a propriedade. Fomos atendidos remotamente pelo radinho que deixam no casebre
ao lado estacionamento... No final do relato detalharei minha indignação sobre
esse e outro assunto. As 19:30 começamos nossa caminhada, chovia e fazia muito
frio, mas nossos ânimos estavam animados hsuhasuhasua. – Sempre costumo dizer
que a subida até o morro do Getúlio é a prova de fogo, várias pessoas desistem
nesse ponto, na metade do caminho tem uma rocha conhecida como pedra do grito,
ela fica ao lado esquerdo da trilha, possibilitando uma vista interessante. O
Washington e o Rodrigo não conheciam o PP, mas passaram no teste, chegaram no
cume do Getúlio sem dificuldades, levamos em torno de 1 hora. Paramos um pouco
pra algumas fotos, o corpo esfriou e o frio apertou, então continuamos a
pernada.
- Saindo do
Getúlio a trilha fica mais aberta até chegar na bifurcação que leva ao
Caratuva, cerca de 10 minutos. Decidimos parar um pouco na bica (15 min depois
da bifurcação) pra abastecer água e comer um lanche. Agora a chuva estava mais
intensa, assim como o vento e o frio... apertamos o passo. A trilha fica mais
fechada e íngreme até a próxima bifurcação, a do Itapiroca. Depois dessa parte
a trilha fica mais plana, mas em compensação mais difícil de caminhar também,
muitas pedras e raízes traiçoeiras. Ruim com as raízes, pior sem elas, em
muitos trechos elas formam escadas naturais que facilitam transpor alguns
obstáculos.
Estávamos
quase chegando no A1 (acampamento 1) quando começamos a ouvir vozes, lembrei
que o Kelvin disse que também iria, com alguns amigos, em busca da neve. Do A1
até o A2 tem que descer um pequeno vale, que segue mais ou menos pela crista,
pra depois começar a subir. Nesse ponto tem o auxilio de corrente e escada de
metal. O Rodrigo e o Washington ficaram um pouco assustados, afinal nunca
haviam subido uma montanha que precisasse destes recursos. Chegamos no A2 as
00:30h, um bom tempo já que estávamos de mochila cargueira, andando de noite e
na chuva. Estávamos ensopados, famintos e um pouco desanimados com o vento
excessivo. Montar a barraca foi bem chato mesmo. Acampamos na direção da casa
de pedra, enquanto o Kelvin e seus amigos na direção da trilha que segue para
os Camelos. Pra tristeza do Washingnton seu saco de dormir estava ensopado, ele
confiou na impermeabilidade (mito) da sua mochila e não levou um saco estanque.
Frio, passamos muito frio. Teve momentos que parecia que o vento ia levantar a
barraca hehehe. Já passei algumas noites de frio no Campo dos Padres e Serra
Fina, inclusive com temperaturas bem abaixo de zero graus, mas confesso que
nunca havia sentido frio na minha vida.
Pouco antes
de amanhecer o Kelvin e seus amigos iniciaram a descida, eu mal olhava pra fora
da barraca e já fechava o zíper. E a chuva e o vento persistiam... 8h da manha
e nada de neve. Liguei na casa do meu pai e ele me disse que estava nevando em
Curitiba, não acreditei nele, pensei que era zueira, mas minha namorada confirmou
na sequencia. A chuva sessou e não teve neve, já estava conformado. Só nos
faltava então subir até o cume... pelo menos. Arrumamos as tralhas nas mochilas,
largamos elas perto da casa de perdra e começamos a subida ao cume, apenas com
um cantil de água. Andar sem peso as x é muito bom hehe.
Sem pressa
chegamos ao cume, rajadas de vento varriam as nuvens e o sol penetrava
timidamente entre as rochas, evaporando as poças, estava difícil até pra ficar
em pé. Apreciamos a vista, hora aberta, hora encoberta, registramos nossa
presença no livro de cume e iniciamos a descida. Assistimos o por do sol no
cume do Getúlio e voltamos pra fazenda.
Não vimos a
neve, mas foi um desafio muito bacana. Curti cada momento, reforcei minha
amizade com o Washington e fiz um novo amigo, o Rodrigo. Embora tenha sido por
pouco tempo, o convívio que tivemos nessas horas de aventura foi intenso, provavelmente
um laço pra toda vida.
Montanhoso,
Subindo Montanhas e Conquistando Amizades.
Indignação:
Cobrança de acesso x Lixo
Cobrança de
Acesso
Sei que esse
assunto incomoda algumas pessoas, principalmente os “puxa-saco” do DIlson (dono
da Fazenda do PP), mas não posso ficar quieto.
O Dilson diz
que não cobra o acesso à trilha do PP, alega oferecer uma estrutura ao
montanhista, justificando o valor de R$ 10,00 por pessoa das 07h às 18h e R$
15,00 das 18h às 22h. Mas onde está a estrutura? A estacionamento onde deixamos
apenas 1 carro? O Casebre com banheiro padrão boteco? Ou o camping que não
usamos? Fomos atendidos por um rádio comunicador, onde recebemos instruções pra
preencher o cadastro e deixar o dinheiro. Isso é um absurdo, nem atendimento
humano tivemos. Cadê a porra da estrutura?
Alguns
falarão, ele faz a manutenção da trilha, como ele mesmo me disse da ultima vez
que conversamos. Até acho justo daí, porque não é trabalho fácil, a trilha é
bem extensa. Pagaria sem reclamar! Mas nunca encontrei tanto lixo na trilha,
como podem ver nas fotos abaixo:
Lixo
Não estou
colocando a culpa no fazendeiro, isso é filha da putice dos porcos que fazem a
trilha, mas também não seja cara de pau de dizer que faz manutenção na trilha.
Galera isso é
muito grave, é de dar vontade de chorar, tinha até barraca inteira abandonada
na casa de pedra.
O que é justo pra uns,não é justo pra outros!
ResponderExcluirCriticas,sugestões e insatisfações devem se tornar publicas,assim como as discussões sobre elas,para enfim chegar a algo comum à todos.
No meu entender,o principal e real problema da denuncia ai citada, é o LIXO encontrado,pelo descaso dos montanhistas e de quem diz que faz e zela pela manutenção da trilha. Procurem não se apegar a detalhes dos pilares da argumentação.
Concordo com vc!!!
Excluir...se for para transformar do PP um lixão seria bom q fosse proibido seu acesso por qualquer tipo de pessoa, já que o ser humano além de ser porco, tem a incrível capacidade de destruir o que de mais belo Deus nos deixou. Nós, por nossa busca incessante por adrenalina, conseguimos com nossas bitucas de cigarro e papéis de bala, contaminar tudo por onde passamos, isso sem falar nas cuspidas, escarros, urinas e fezes que deixamos para trás. Não adianta publicar uma foto de lixo, sem ter o mínimo de consciência de trazê-lo consigo.
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