Busca no Blog

29/07/2013

Pico do Paraná Inverno 2013 – Neve?


Vou começar este relato agradecendo meus parceiros Rodrigo Quimm e Washington Starke, que foram feras na trilha e não se mixaram com a chuva, o vento e o frio. Gostaria de agradecer também a todos os membros do Montanhoso e familiares, que nos deram apoio e estavam torcendo por nós. Valeu galera!!!
Eu sempre acompanho a previsão pelo Montain Forest (http://www.mountain-forecast.com/peaks/Pico-Parana/forecasts/1877) e na segunda feira pela manha tinha previsão de 16cm de neve no Pico do Paraná. Quase fiquei doido com a possibilidade... Próximo do almoço resolvi manifestar meu interesse através de um post no facebook, mais do que rápido o Washington e o Jefferson me procuraram e começamos a combinar a empreitada, aquela coisa de sempre, tralhas, logística... No final das contas o Jefferson teve que desistir, sua esposa estava nos últimos dias de gestação. O Rodrigo me mandou mensagem perguntando se ainda havia vaga, então ele se tornou o terceiro elemento.

Relato
Nos encontramos no Detran as 16:45, passamos no mercado e vazamos sentido fazenda PP. A chuva que não cessava nos deixou bem animados, afinal sem chuva sem neve. –  Saindo de Curitiba pra chegar na fazenda deve-se pegar a BR-116 sentido São Paulo, alguns quilômetros depois do pedágio tem o posto de gasolina Tio Doca, que fica na pista sentido Curitiba, depois do posto, média de 1km, tem uma estrada bem discreta que fica na lateral da ponte sobre o rio Tucum. Siga a estrada até o fim que não tem erro.
Chegamos na fazenda pouco depois das 18h, adentramos a porteira e paramos na corrente em frente a propriedade. Fomos atendidos remotamente pelo radinho que deixam no casebre ao lado estacionamento... No final do relato detalharei minha indignação sobre esse e outro assunto. As 19:30 começamos nossa caminhada, chovia e fazia muito frio, mas nossos ânimos estavam animados hsuhasuhasua. – Sempre costumo dizer que a subida até o morro do Getúlio é a prova de fogo, várias pessoas desistem nesse ponto, na metade do caminho tem uma rocha conhecida como pedra do grito, ela fica ao lado esquerdo da trilha, possibilitando uma vista interessante. O Washington e o Rodrigo não conheciam o PP, mas passaram no teste, chegaram no cume do Getúlio sem dificuldades, levamos em torno de 1 hora. Paramos um pouco pra algumas fotos, o corpo esfriou e o frio apertou, então continuamos a pernada.

- Saindo do Getúlio a trilha fica mais aberta até chegar na bifurcação que leva ao Caratuva, cerca de 10 minutos. Decidimos parar um pouco na bica (15 min depois da bifurcação) pra abastecer água e comer um lanche. Agora a chuva estava mais intensa, assim como o vento e o frio... apertamos o passo. A trilha fica mais fechada e íngreme até a próxima bifurcação, a do Itapiroca. Depois dessa parte a trilha fica mais plana, mas em compensação mais difícil de caminhar também, muitas pedras e raízes traiçoeiras. Ruim com as raízes, pior sem elas, em muitos trechos elas formam escadas naturais que facilitam transpor alguns obstáculos.

Estávamos quase chegando no A1 (acampamento 1) quando começamos a ouvir vozes, lembrei que o Kelvin disse que também iria, com alguns amigos, em busca da neve. Do A1 até o A2 tem que descer um pequeno vale, que segue mais ou menos pela crista, pra depois começar a subir. Nesse ponto tem o auxilio de corrente e escada de metal. O Rodrigo e o Washington ficaram um pouco assustados, afinal nunca haviam subido uma montanha que precisasse destes recursos. Chegamos no A2 as 00:30h, um bom tempo já que estávamos de mochila cargueira, andando de noite e na chuva. Estávamos ensopados, famintos e um pouco desanimados com o vento excessivo. Montar a barraca foi bem chato mesmo. Acampamos na direção da casa de pedra, enquanto o Kelvin e seus amigos na direção da trilha que segue para os Camelos. Pra tristeza do Washingnton seu saco de dormir estava ensopado, ele confiou na impermeabilidade (mito) da sua mochila e não levou um saco estanque. Frio, passamos muito frio. Teve momentos que parecia que o vento ia levantar a barraca hehehe. Já passei algumas noites de frio no Campo dos Padres e Serra Fina, inclusive com temperaturas bem abaixo de zero graus, mas confesso que nunca havia sentido  frio na minha vida.

Pouco antes de amanhecer o Kelvin e seus amigos iniciaram a descida, eu mal olhava pra fora da barraca e já fechava o zíper. E a chuva e o vento persistiam... 8h da manha e nada de neve. Liguei na casa do meu pai e ele me disse que estava nevando em Curitiba, não acreditei nele, pensei que era zueira, mas minha namorada confirmou na sequencia. A chuva sessou e não teve neve, já estava conformado. Só nos faltava então subir até o cume... pelo menos. Arrumamos as tralhas nas mochilas, largamos elas perto da casa de perdra e começamos a subida ao cume, apenas com um cantil de água. Andar sem peso as x é muito bom hehe.

Sem pressa chegamos ao cume, rajadas de vento varriam as nuvens e o sol penetrava timidamente entre as rochas, evaporando as poças, estava difícil até pra ficar em pé. Apreciamos a vista, hora aberta, hora encoberta, registramos nossa presença no livro de cume e iniciamos a descida. Assistimos o por do sol no cume do Getúlio e voltamos pra fazenda.

Não vimos a neve, mas foi um desafio muito bacana. Curti cada momento, reforcei minha amizade com o Washington e fiz um novo amigo, o Rodrigo. Embora tenha sido por pouco tempo, o convívio que tivemos nessas horas de aventura foi intenso, provavelmente um laço pra toda vida.
Montanhoso, Subindo Montanhas e Conquistando Amizades.

Indignação: Cobrança de acesso x Lixo
Cobrança de Acesso
Sei que esse assunto incomoda algumas pessoas, principalmente os “puxa-saco” do DIlson (dono da Fazenda do PP), mas não posso ficar quieto.
O Dilson diz que não cobra o acesso à trilha do PP, alega oferecer uma estrutura ao montanhista, justificando o valor de R$ 10,00 por pessoa das 07h às 18h e R$ 15,00 das 18h às 22h. Mas onde está a estrutura? A estacionamento onde deixamos apenas 1 carro? O Casebre com banheiro padrão boteco? Ou o camping que não usamos? Fomos atendidos por um rádio comunicador, onde recebemos instruções pra preencher o cadastro e deixar o dinheiro. Isso é um absurdo, nem atendimento humano tivemos. Cadê a porra da estrutura?
Alguns falarão, ele faz a manutenção da trilha, como ele mesmo me disse da ultima vez que conversamos. Até acho justo daí, porque não é trabalho fácil, a trilha é bem extensa. Pagaria sem reclamar! Mas nunca encontrei tanto lixo na trilha, como podem ver nas fotos abaixo:

Lixo
Não estou colocando a culpa no fazendeiro, isso é filha da putice dos porcos que fazem a trilha, mas também não seja cara de pau de dizer que faz manutenção na trilha.
Galera isso é muito grave, é de dar vontade de chorar, tinha até barraca inteira abandonada na casa de pedra.












Link Curto

3 comentários:

  1. O que é justo pra uns,não é justo pra outros!
    Criticas,sugestões e insatisfações devem se tornar publicas,assim como as discussões sobre elas,para enfim chegar a algo comum à todos.
    No meu entender,o principal e real problema da denuncia ai citada, é o LIXO encontrado,pelo descaso dos montanhistas e de quem diz que faz e zela pela manutenção da trilha. Procurem não se apegar a detalhes dos pilares da argumentação.

    ResponderExcluir
  2. ...se for para transformar do PP um lixão seria bom q fosse proibido seu acesso por qualquer tipo de pessoa, já que o ser humano além de ser porco, tem a incrível capacidade de destruir o que de mais belo Deus nos deixou. Nós, por nossa busca incessante por adrenalina, conseguimos com nossas bitucas de cigarro e papéis de bala, contaminar tudo por onde passamos, isso sem falar nas cuspidas, escarros, urinas e fezes que deixamos para trás. Não adianta publicar uma foto de lixo, sem ter o mínimo de consciência de trazê-lo consigo.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...